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Thursday, July 3, 2014

Minimalisar até quando?

Recentemente tive uma conversa interessante. Uma amiga minha, que lê o blog, me perguntou até onde eu quero chegar com o minimalismo, se eu gostaria de ser uma dessas pessoas que tem apenas duas calças jeans, porque só duas são mesmo necessárias.

Minha resposta foi um grande: não sei. Realmente não sei. Minha meta atual é tirar o que está no caminho que não é usado. Se eu ficar apenas com as coisas que eu realmente uso, já vou me sentir vitoriosa.

Parece obvio manter apenas aquilo que usamos, mas a verdade é que mesmo depois de inúmeras faxinas, ainda tenho tanta coisa que não uso. Outro dia abri a porta de um depósito que temos aqui em casa, com coisas que não usamos menos... A hora que vi a quantidade de coisas que haviam lá me deu vontade de sentar no chão e chorar.

Chorar por ver quanta coisa ainda está no meu caminho, só para atrapalhar. Chorar porque mesmo depois de tantas faxinas eu ainda não tive coragem de me livrar destes itens. Chorar porque meu elo emocional com cada coisa lá é maior que minha capacidade de desapegar.

Apesar de toda angústia que senti ao ver todas aquelas coisas, fechei os olhos e saí dali correndo. Fingi que não vi.

A verdade é que este processo de minimalisar não tem fim. As roupas que há três meses serviam na minha filha, agora não servem mais. E é difícil dizer tchau para roupas que ela usou por apenas tão pouco tempo. Ao mesmo tempo não é que eu esteja com outro bebê a caminho próximo, então as roupas precisam ir.

Comecei então separando as roupas manchadas, e bem pequenas que não servem mesmo. Tirar essas da gaveta foi fácil. Mas aí reparei nos vários vestidinhos que ela tem que não servem mais mas ainda estão com cara de novos... Fiquei com uma dor no coração. Sentei na cama e me perguntei se eu conhecia alguma pessoa grávida de menina... Me lembrei de duas amigas que tenho que ganham bebê este ano... Foi só eu pensar nelas que ficou muito fácil continuar a faxina. Aí não era mais "me livrar" das roupas, mas sim doar para alguém que gosto muito. O carinho que tenho por essas pessoas deixou o trabalho bem mais fácil e em pouco tempo eu já estava com a cama cheia de roupas para doar, mas dessa vez sem dor no coração.

No final foram embora duas sacolas grandes de roupa (nem eu acreditei!). E agora na gaveta estão apenas as roupas que realmente cabem nela.



Fim de semestre minimalista

Junho acabou e junto as aulas escolares. Meu filho de 5 aninhos voltou para casa no último dia de aula com uma pasta enorme repleta de todos os trabalhos que ele fez o semestre todo. Para mim, como mãe, A COISA MAIS FOFA DO MUNDO!


Mas nem por isso me dei o direito de guardar tudo. Sim, deu vontade. Mas fiquei pensando: são 12 anos escolares. Eu tenho 3 filhos. Ao final de toda essa jornada quantos papéis terei guardados porque são fofos? Então fiz uma seleção. O que era tarefas de coordenação motora, joguei fora. O que era criação própria guardei. Guardei também uma série de trabalhos que ele fez, falando de si mesmo: cor favorita, gostos, medos e "o que eu quero ser quando crescer"..  Neste caso a resposta foi inteligente e obvia: uma tartaruga ninja!

Esse eu vou guardar, mas o resto foi pro lixo sem muita dó. Agora que o lixo já foi não me arrependo mesmo. Consegui ficar com menos da metade dos trabalhos que ele trouxe e isso foi uma vitória.

Quando não estou jogando coisas fora tento ficar bem consciente das coisas que entram em casa. Outro dia o porteiro me entregou, junto com as correspondências, uma revista que eu nunca assinei, muito menos queria ler. Então, assim que vi, devolvi a revista para o porteiro e disse, "um presente para você!" Não sei se ele gostou, muito menos sei o que ele fez com ela, mas garanti que menos uma coisa entrasse para entulhar casa.


Sunday, June 15, 2014

Fase 2

Já faz tempo que não escrevo um relatório aqui da minha jornada minimalista, mas é porque faz tempo que não me esforço em me tornar mais minimalista.

A verdade é que é facil jogar fora as coisas que sabemos que não usamos e que está lá só para atrapalhar, mas depois que essas coisas vão embora e você fica com as coisas que "gosta"... aí é mais difícil.

Dá vontade de dizer, "eu gosto e vou ficar com isso!" Mas o fato de eu gostar de algo não significa que aquele algo é necessário, ou mesmo está acrescentando algo em minha vida.

Acho que a última coisa que doei por exemplo foi o berço da minha filha de 9 meses. Eu tinha um berço e um chiqueirinho. Quando ela era menor ela usava o berço para dormir e eu colocava ela no chiqueirinho para brincar, mas faz tempo que ela não aceita mais ficar no tal chiqueirinho para brincar... Aí percebi que possuía dois itens para a mesma função... Pensando minimalisticamente, tive que decidir com qual ficar...

Escolhi o chiqueirinho por ocupar menos espaço e ser mais prático.

Engraçado, que depois que eu falei com a pessoa que ia ficar com o berço me bateu o maior arrependimento. Fiquei pensando que eu ia sentir saudades, que o berço era mais seguro, que eu podia mais tarde precisar dele. Mas aí já era tarde. A pessoa já tinha combinado de vir buscar o berço.

Hoje, no quarto sem o berço eu dou risada em pensar que me apeguei tanto com ele, sendo que tenho preferido muito mais coloca-la pra dormir no chiqueirinho, além de sobrar mais espaço no quarto para ela engatinhar e fazer outras coisas.

Acho que estou entrando numa "fase 2" do minimalismo... A fase 1 foi fácil, jogar fora tralhas, roupas que não cabem, ou até mesmo com pequenos furos, etc. Doar os brinquedos que as crianças não usam, me livrar de coisas desatualizadas, como CDs de músicas que já estão no meu celular, e que eu nem tenho onde tocar, pois não tenho um "toca CD" em casa...

Mas agora na fase 2, começa um outro tipo de questionamento: consigo viver sem?


Tuesday, June 3, 2014

Mais difícil do que eu pensava...

Numa faxina recente encontrei uma pasta com meus trabalhos da escola da segunda série: desenhos, e todas as provas que fiz naquele ano... Foi gostoso voltar no tempo e me ver como uma criança... Alguns dos desenhos eu me lembro do dia em que comecei a faze-los, e do que passava na minha cabeça quando fui começar... Outros foi uma total surpresa, como se estivesse vendo o trabalho de outra criança..

Depois de alguns minutos neste túnel do tempo, lembrei que eu estava naquele momento fazendo uma minuciosa faxina e que precisaria decidir o destino daqueles papéis. Caixa de recordações ou lixo?

Desde que comecei este processo de minimalizar minhas coisas, tiveram várias coisa difíceis de dizer adeus, mas até então nenhuma tão difícil quanto essa.

Se eu jogasse fora este material eu jamais o veria novamente, muito menos poderia compra-lo.

Este pensamento parecia tornar a minha decisão muito simples: guarde tudo.

Mas por outro lado: pra que? Qual função aqueles papéis teriam na minha vida? De que maneira eles trariam mais alegria ou me ajudariam em algo? E eu não consegui pensar em nada concreto. Tudo bem, seria legal um dia eu mostrar para os meus filhos, mas e depois? Quantas vezes mais eles iam querer ver isso de novo?

Aí lembrei que faziam dois anos que eu não abria aquela pasta, desde o dia que minha mãe entregou-a pra mim, eu não havia nem sequer olhado outra vez..

Pensando nisso e resolvi jogar. Tirei algumas fotos, e coloquei todos os papéis numa caixa que já estava destinada a ir para o lixo.

A faxina continuou, mas passei o resto do dia me perguntando se estava fazendo a decisão correta. "Não tem mais volta," eu ficava pensando.

Ainda assim não mudei de idéia.

A faxina acabou, as caixa de lixo foram para seu local, e o que realmente importava estava devidamente guardado.

"Consegui!" foi o que eu pensei antes de dormir.

No dia seguinte, ao sair de casa, olhei para a calçada e a caixa ainda estava lá, inteira, na frente de casa. O caminhão ainda não havia passado e eu tinha ali minha última oportunidade de guardar aquelas relíquias do meu passado. Me deu vontade de sair correndo, abrir a caixa, abraçar aqueles trabalhos e dizer "são meus! Eu que fiz! Eu era tão pequena e fiz tudo isso!"

Em vez disso, fechei os olhos e continuei o meu caminho.
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Já faz um mês que isso aconteceu. Não existe mais a mínima chance de eu rever aqueles papéis. Mas tudo bem. Tudo bem porque eu estou bem. Eles realmente não fazem falta na minha vida. Se eles estivessem aqui não iam alterar em nada meu dia a dia, muito menos minha felicidade. Aqueles papéis poderiam até me lembrar de uma época mais tranquila da minha vida, ou servir como uma medalha para os meus filhos verem as notas altas que um dia tirei, mas isso seria apenas um momento passageiro. Aí passariam mais 2 anos ou 20 ou 40 e estes papeis não teriam função alguma. Por isso não me arrependi da minha decisão. Sim, foi mais difícil do que eu pensei, mas foi possível. Consegui.

Monday, April 21, 2014

Souvenir

Sempre que viajo gosto de ao final da viagem comprar uma lembrancinha para levar para casa. Essas lembranças são as mais variadas, hora um ímã de geladeira, uma pelúcia, uma bolsa ou camiseta... Sempre amei ficar um bom tempo nessas lojas de lembranças e artesanatos procurando a lembrança perfeita...

Depois que eu conheci o minimalismo comecei a questionar o papel destas lembranças na minha vida e por que eu não consigo voltar pra casa sem nenhuma dessas lembranças. 

Fiquei ponderando e descobri que faço isso porque de uma maneira ou outra quero eternizar aquele momento. Viagens são sempre marcadas de lazer, paz e alegria, num nível bem superior ao do dia a dia... Assim, sempre que chegava ao final de uma viagem, um sentimento de "não quero que isso acabe" muito forte me consumia e para saciar este sentimento eu consumia lembrancinhas. 

Claro que ao voltar para a casa, em minutos a magia da viagem se vai e ficam as responsabilidades, a rotina e as contas... 

Mesmo com um milhão de lembrancinhas a verdade é uma só: a viagem acabou. 

Então por que compra-las? 


Hoje consigo entrar numa super loja de lembrancinhas e não querer levar nada, pois já sei que mesmo que eu levasse a loja toda a viagem não ia ser eterna. Então me concetro em curtir cada segundo, cada momento mágico, cada sorriso. Gasto o dinheiro em passeios em vez de compras...  

Isso faz a volta pra casa muito mais fácil pois posso dizer que aproveitei ao máximo e não preciso me preocupar em achar um local para expor/guardar/entulhar mais uma tentativa de eternizar um momento que por natureza nunca vai ser eterno...

Monday, April 14, 2014

Brinquedos e mais brinquedos

Eu me surpreendo como é fácil acumular brinquedos... Primeiro que existem várias ocasiões para os tais surgirem: aniversário, dia das crianças, natal, etc... Depois existem os brinquedos que vem de brinde, num Kinder Ovo, numa lebrancinha de festa, numa atividade da escola... Os anos passam e quando você olha, nem reconhece mais a sua sala.. Não muito tempo atrás eu não tinha nenhum filho, e nem brinquedo, agora parece que eles tomaram conta da casa...


Ainda não consegui fazer uma faxina "de cabo a rabo" e tirar tudo o que eu gostaria, mas para facilitar a tarefa resolvi que todos os dias eu ia atacar um armário ou um canto da casa e tirar alguns... Hoje por exemplo foi a vez dos cabeças de batata! Eu tinha uns 5 ou 6, uns vieram num conjunto, outros fui ganhando... Eu adoro eles, acho super educativos, mas cheguei a conclusão que só preciso de um. Então com as pecinhas que tinha montei o cabeça de batata mais bonitinho que consegui e pronto. Fiquei com ele. Todos os outros foram para uma cesta de brinquedos para doação. E assim aos poucos vou tentando eliminar os excessos da vida. Meus filhos ainda não sabem que eu fiz isso, porque já percebi que com crianças é sempre melhor faxinar quando eles não estão olhando, mas tenho duas certezas: 1 - Eles não vão sentir falta dos que foram, 2 - Vai ser muito mais fácil arrumar a casa no final do dia!






Na zona de conforto literalmente...

Desde que comecei a minimalizar ja fíz umas 3 faxinas pelo menos só no meu guarda-roupa... Primeiro tirei as roupas que eu nunca, nunca, nunca usavam e estavam lá por falta de organização.. roupas com manchinhas, ou com fio solto, etc... Depois foi a vez das roupas de grávida.. sim, mesmo eu não estando grávida, e sem perspectiva de ficar grávida novamente, eu ainda tinha muitas roupas de grávida que ficavam entulhando o meu armário.. Separei todas essas roupas e conforme fui sabendo de novas gestantes, fui doando... E por último foram as roupas de magra... As roupas de quando eu casei.. antes de qualquer gravidez, que eu com tanta fé esperava um dia voltar a usar... mas a verdade é que meu corpo mudou... não sei se vou conseguir voltar ao mesmo número e se por acaso eu conseguir tal proeza, então vou no mínimo merecer um guarda-roupa novo, não é? hehehe Então lá se foi mais uma leva de roupa...